A dor de garganta é um sintoma extremamente comum, mas que pode ter origens muito diferentes, indo desde algo simples, como o ar seco, até infecções bacterianas que exigem tratamento específico.
Embora pareça um desconforto passageiro, entender suas causas é essencial para escolher o tratamento certo e evitar complicações.
Quem já sentiu aquele incômodo ao engolir, a voz rouca ou a garganta arranhando sabe o quanto isso atrapalha o dia a dia. Mas afinal, o que realmente é bom para dor de garganta?
Vamos entender o que causa esse sintoma e quais medidas, sejam elas caseiras ou médicas, são mais eficazes.
Por que a garganta dói
A dor de garganta, chamada de odinofagia, surge quando há inflamação nas estruturas da faringe, amígdalas ou laringe. Essa inflamação pode ser provocada por vírus, bactérias, agentes irritantes ou esforço vocal.
Infecções virais
As infecções virais são responsáveis pela maior parte dos casos de dor de garganta. Vírus como rinovírus, adenovírus, influenza e coronavírus sazonais causam inflamação na mucosa da garganta.
Este tipo de infecção normalmente vem acompanhada de coriza, tosse leve, febre baixa e mal-estar, que costumam melhorar entre três e sete dias, sem necessidade de antibióticos.
Infecções bacterianas
Quando a dor é intensa, acompanhada de febre alta e placas brancas na garganta, pode se tratar de uma faringite bacteriana. Um dos agentes mais comuns é o Streptococcus pyogenes.
Outros sinais típicos incluem gânglios do pescoço inchados e doloridos, dificuldade para engolir e, às vezes, ausência de tosse.
Esse tipo de infecção precisa ser avaliado por um médico, pois o uso de antibióticos é fundamental para evitar complicações potencialmente graves, que conheceremos mais adiante no texto.
Existem ainda outras causas possíveis, como:
Irritação e ar seco: Ambientes com ar-condicionado, baixa umidade ou poluição ressecam a mucosa da garganta, causando irritação e sensação de arranhado. É uma das causas mais comuns em dias frios ou secos
Alergias: As crises alérgicas respiratórias também podem causar dor na garganta. Elas costumam vir acompanhadas de tosse seca, coceira, espirros e congestão nasal
Esforço vocal: Quem fala muito durante o dia, como professores e atendentes, pode desenvolver dor e rouquidão
O que é bom para dor de garganta: cuidados e tratamentos eficazes
O tratamento ideal depende da causa, mas alguns cuidados ajudam em praticamente todos os casos. Veja as medidas que realmente funcionam.
Hidratação constante: Beber bastante água é uma das formas mais simples e eficazes de aliviar a dor. A hidratação mantém a mucosa úmida e reduz a irritação. Prefira líquidos mornos ou em temperatura ambiente, evitando bebidas muito geladas
Gargarejos: Gargarejar com água morna e sal (meia colher de chá em um copo d’água) ajuda a limpar a garganta e reduz a inflamação. Soluções antissépticas prontas também podem ser usadas, mas com moderação, para evitar irritação
Mel, limão e gengibre: O mel tem ação calmante e antibacteriana leve, formando uma camada protetora na mucosa. Já o limão ajuda a reduzir a inflamação e o gengibre possui propriedades anti-inflamatórias naturais. Esses ingredientes podem ser usados em chás ou isoladamente, desde que não haja contraindicação médica
Chás e bebidas quentes: Chás de camomila, gengibre e hortelã ajudam a aliviar a dor e reduzir o desconforto. Além das propriedades naturais dessas ervas, o calor da bebida promove sensação de alívio imediato
Repouso vocal e corporal: Evitar falar alto e descansar a voz é essencial quando há inflamação. O repouso físico também ajuda o corpo a se recuperar mais rapidamente, especialmente nos casos de infecção
Medicamentos que podem ser indicados
Quando a dor de garganta é mais forte ou quando os sintomas não melhoram por conta própria, o médico pode recomendar medicamentos como:
Analgésicos e anti-inflamatórios (como ibuprofeno, paracetamol) para reduzir a dor e o inchaço
Antialérgicos, em casos de irritação causada por alergias
Antibióticos, apenas quando há infecção bacteriana confirmada
Porém, é importante não se automedicar, pois o uso incorreto de antibióticos pode causar resistência bacteriana e dificultar tratamentos futuros. Além disso, o uso de medicamentos sem indicação pode mascarar sintomas importantes e atrasar o diagnóstico correto.
Quando procurar um médico
Na maioria das vezes a dor de garganta melhora sozinha, mas é importante procurar um médico quando houver:
Febre alta que não melhora em dois dias
Dificuldade intensa para engolir ou respirar
Presença de pus ou placas brancas nas amígdalas ou em outros pontos da garganta
Dor que dura mais de sete dias
Inchaço no pescoço ou gânglios doloridos
Esses sinais indicam que pode haver uma infecção bacteriana ou outra condição que precisa de tratamento específico.
Complicações possíveis
Infecções de garganta mal tratadas podem gerar complicações sérias, especialmente quando causadas por bactérias. Entre as principais estão:
Abscesso periamigdaliano, com acúmulo de pus próximo às amígdalas
Otite média, quando a infecção se espalha até o ouvido
Febre reumática, que pode afetar coração e articulações
Glomerulonefrite, inflamação nos rins após infecção estreptocócica
Por isso, é importante tratar corretamente e evitar automedicação.
Como prevenir a dor de garganta
Embora não seja possível prevenir todos os tipos de dor de garganta, algumas medidas podem diminuir o risco:
Mantenha a hidratação diária adequada
Evite ao máximo exposição à fumaça, poluição e ar-condicionado por longos períodos
Lave as mãos com frequência
Evite compartilhar copos e talheres
Cuide da saúde vocal e evite falar alto por muito tempo
Tenha uma alimentação equilibrada e rica em vitaminas
Dúvidas comuns sobre o tema
Sim. O mel tem propriedades calmantes e antibacterianas leves, formando uma camada protetora na garganta. Ele pode ser usado puro ou em chás mornos, desde que a pessoa não tenha alergia e que não seja oferecido a crianças menores de 1 ano.
Sim. A dor de garganta sem febre é comum em casos de irritação por ar seco, alergias ou esforço vocal. Mesmo sem febre, o incômodo pode melhorar com hidratação e cuidados simples.
Sim, quando é causada por vírus ou bactérias. Evite compartilhar talheres, copos ou escovas de dente e mantenha boa higiene das mãos para reduzir o risco de contágio.
Referências ▼
- Kidney International Reports – Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica complicada por injúria renal e hemorragia alveolar em um homem de 32 anos
- Arquivos Brasileiros de Cardiologia – Diretrizes brasileiras para o diagnóstico, tratamento e prevenção da febre reumática
- Pharmaceuticals – Natural Products for the Prevention and Treatment of Common Cold and Viral Respiratory Infections
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