Todo mundo quer emagrecer, seja por vontade própria, por pressão da família, amigos ou mesmo pela comparação com o que vemos nas redes sociais. Mesmo quando o espelho nos diz o contrário, quase todo mundo já pensou em perder alguns quilinhos. E no meio das muitas opções que encontramos, surge uma dúvida comum: será que a fluoxetina emagrece?
O uso de medicamentos para emagrecer cresce a cada dia, e muitos deles realmente funcionam (são até considerados revolucionários). Porém, pouco se fala sobre os reais efeitos de cada um deles, riscos e limitações desses remédios.
No caos específico da fluoxetina, ela é usada há décadas para tratar depressão e outros transtornos psicológicos (incluindo a TPM). E muita gente relata que ela diminui o apetite e ajuda a emagrecer. Mas o que a ciência fala exatamente sobre o assunto?
Antes de tomar qualquer decisão, é fundamental entender para que serve a fluoxetina, como ela age no corpo e quais os possíveis efeitos colaterais. Só assim você saberá se ela realmente pode ajudar no emagrecimento.
No final do artigo está uma seleção de livros que podem ajudar no processo de perda de peso, tanto para quem usa medicamentos quanto para quem não usa.
O que é a fluoxetina?
A fluoxetina é um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Seu principal mecanismo de ação é aumentar a disponibilidade da serotonina no cérebro, um neurotransmissor ligado ao bem-estar, à motivação e ao controle do humor.
Ela costuma ser indicada no tratamento de:
Depressão (com ou sem ansiedade)
Bulimia nervosa
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
Transtorno do pânico
Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM)
Transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP)
Tensão pré-menstrual (TPM)
Disforia
Durante esses tratamentos, algumas pessoas relatam mudanças no peso. Daí vem a dúvida: fluoxetina emagrece ou engorda?
Fluoxetina emagrece?
De certa forma, sim. Em algumas pessoas, a fluoxetina pode causar redução do apetite nas primeiras semanas de uso, o que leva a uma menor ingestão calórica e consequentemente à perda de peso.
O problema é que esse efeito não é duradouro. Após algumas semanas, o apetite tende a voltar ao normal. Como não houve mudança nos hábitos alimentares, os quilos perdidos geralmente retornam.
Por isso, a fluoxetina não deve ser usada como remédio para emagrecer. O ideal é associar qualquer tentativa de perda de peso, seja com medicamentos, exercícios ou até cirurgia, à reeducação alimentar.
E aqui está um ponto importante: reeducação alimentar não é fazer dietas restritivas, nem trocar refeições por shakes ou viver de chás milagrosos. Trata-se de adotar uma relação mais equilibrada com a comida, aprendendo a montar um cardápio saudável e prazeroso.
Efeitos colaterais da fluoxetina
Além de reduzir o apetite no início do tratamento, a fluoxetina pode trazer outros efeitos colaterais. Os mais comuns são:
Azia (principalmente quando tomada de estômago vazio)
Insônia (mais frequente quando usada à tarde ou à noite)
Ansiedade
Náusea
Boca seca
Diarreia
Dor de cabeça
Tremores, especialmente nas mãos
Dificuldade para chegar ao orgasmo
Por isso, o recomendado é tomar o medicamento pela manhã, após a refeição.
Caso os sintomas sejam incômodos, é fundamental conversar com o médico, que poderá ajustar a dose, mudar o horário de uso ou até substituir o medicamento.
Reganho de peso: por que acontece?
Mesmo quando há emagrecimento inicial, muitas pessoas enfrentam o chamado reganho de peso, que é simplesmente recuperar os quilos perdidos após um tratamento.
Isso acontece porque o cérebro busca voltar aos hábitos antigos. Se a rotina alimentar continua baseada em alimentos ultraprocessados, calorias em excesso e pouca saciedade, o corpo naturalmente retoma o peso anterior.
A única forma eficaz de evitar esse ciclo é adotar um estilo de vida mais saudável. Isso significa:
Melhorar gradualmente a alimentação
Praticar atividades físicas dentro dos seus limites
Criar uma rotina prazerosa e sustentável
Veredito: afinal, a fluoxetina emagrece?
Sim, a fluoxetina pode emagrecer em algumas pessoas, mas esse efeito é temporário e não confiável. Ou seja, a redução do apetite é um efeito colateral do medicamento que desaparece com o tempo.
Assim, a maioria das pessoas recupera o peso perdido em poucas semanas, uma vez que ela ocorreu apenas pelo efeito do remédio, e não por uma mudança na alimentação.
Por isso, o consenso entre médicos e nutricionistas é que a verdadeira solução para perder peso com saúde e manter os resultados está na reeducação alimentar. Ao aprender a comer de forma equilibrada, você cria uma nova rotina que não depende de medicamentos ou dietas da moda.
Se o seu objetivo é emagrecer de forma duradoura, é essencial mudar a forma de ver e se relacionar com a comida. Para isso, selecionamos quatro livros que trazem abordagens interessantes sobre o tema, seja na mudança da alimentação em si ou no entendimento de como os hormônios e nutrientes influenciam o funcionamento de nosso corpo.
Porque para emagrecer com saúde e de forma definitiva, o primeiro passo é entender como cada uma das peças desse quebra-cabeças funciona:
O peso das dietas: Faça as pazes com a comida dizendo não às dietas
Este livro tem uma abordagem diferente de outros da área, pois não faz terrorismo nutricional e ensina a pensar sobre comida de forma saudável e a resgatar o prazer de comer. A autora traz dicas simples de como mudar a sua relação com a comida. E se você não sabe cozinhar, não se preocupe, porque o livro traz várias receitas simples, nutritivas e saborosas.
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Comer intuitivo: Faça as pazes com a comida
Se você cansou de viver no mundo dos alimentos proibidos e das dietas da moda, este livro será muito útil. Ele pode ajudar tanto pessoas que buscam uma alimentação equilibrada quanto quem sofre com transtornos alimentares, já que o objetivo das autoras é ajudar a entender a relação que temos com a comida.
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O código da obesidade: decifrando os segredos da prevenção e cura da obesidade
Quem nunca ouviu falar que para emagrecer, basta fechar a boca e se exercitar? Este livro se propõe justamente a quebrar essa ideia e mostra que o excesso de peso possui muitas outras causas: distúrbios hormonais e metabolismo. O autor traz exemplos maravilhosos que ajudam a entender cada ponto de sua explicação, sem a necessidade de uso de linguagem acadêmica que muitos usam.
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Introdução a Nutrição: Conceitos Básicos
Para quem quer conhecer melhor cada tipo de nutriente e se aprofundar no mundo da nutrição, este livro é excelente. Ele possui uma linguagem simples e didática, já que é recomendado para pessoas que ainda não começaram a estudar essa área de conhecimento (mas querem começar). Serve tanto para estudantes que acabaram de entrar na faculdade quanto para quem quer começar a se aprofundar em temas de alimentação.
Comprar na AmazonDúvidas comuns sobre o tema
Embora possa reduzir o apetite, a fluoxetina só deve ser usada com prescrição médica. Seu efeito em pessoas sem indicação clínica não é seguro nem garantido.
A fluoxetina pode afetar o apetite de forma temporária, mas não é um medicamento indicado especificamente para controlar a vontade de comer doces. Qualquer efeito depende de cada pessoa.
A perda de peso causada pela fluoxetina costuma ocorrer nas primeiras semanas, mas é geralmente temporária. Sem mudanças nos hábitos alimentares, o peso tende a voltar ao normal.