A incontinência urinária, ou a perda de controle da bexiga, é um problema mais comum do que muitas pessoas imaginam e afeta significativamente o bem-estar físico, emocional e social.
Entre as abordagens disponíveis, a radiofrequência vaginal tem ganhado espaço por ser um tratamento não cirúrgico, realizado em consultório e que visa melhorar a firmeza dos tecidos da região pélvica.
Os resultados são sentidos em pouco tempo, sem efeitos colaterais. Além disso, a técnica é bastante segura e indolor, permitindo o retorno às atividades normais do dia a dia logo após a sua realização.
Mas, por ser um procedimento relativamente novo, receios e mesmo tabus podem atrasar a busca pelo tratamento e seus potenciais benefícios.
O que é a incontinência urinária?
A incontinência urinária é a perda involuntária de urina, que pode ocorrer em diferentes intensidades, indo desde pequenos escapes ao tossir, rir ou levantar peso até episódios mais frequentes durante o dia.
De modo geral, ela surge quando há enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico, alterações hormonais, disfunções neurológicas ou problemas relacionados ao hábito urinário.
Os tipos mais comuns incluem:
Incontinência de esforço: ocorre quando há pressão sobre a bexiga, em situações como tossir, espirrar ou durante a realização de exercícios
Incontinência de urgência: marcada por vontade repentina e difícil de segurar. É comum no caso de infecções urinárias, diabetes descontrolada e alguns transtornos neurológicos
Mista: combinação dos dois tipos anteriores
Por transbordamento: quando a bexiga não esvazia completamente durante a micção, havendo gotejamento frequente durante o dia ou noite
A incontinência é comumente associada ao envelhecimento. Mas, apesar de o problema se tornar mais comum com o passar dos anos, ela não é uma consequência inevitável do avançar da idade.
O que é a radiofrequência?
A radiofrequência é um tratamento que emite ondas eletromagnéticas que são convertidas em calor, produzindo o chamado calor profundo, que atinge tecidos localizados a 0,5 centímetros de profundidade.
Existem dois tipos de radiofrequência que podem ser usadas na região íntima para o tratamento da incontinência:
Microablativa, que usa agulhas pequenas e muito finas para transmitir as ondas de calor sob a pele. Nesse caso, como são utilizadas microagulhas, o médico pode utilizar anestésicos locais
Não ablativa, que não usa agulhas, somente um transdutor que emite energia
Nas duas formas, há um estímulo para a produção de colágeno local, além da contração das fibras de colágeno já existentes.
Como funciona a radiofrequência para incontinência urinária
Os estudos que avaliam o uso da radiofrequência não ablativa para incontinência urinária se concentram especificamente na incontinência por esforço, que atinge um número significativo de mulheres após a menopausa.
Isso ocorre devido à redução dos níveis de estrogênio e ao enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico.
Com o tratamento de radiofrequência, o estímulo à produção de colágeno aumenta a firmeza dos tecidos que sustentam a uretra e a bexiga, resultando em um melhor controle urinário.
Em muitos casos, sessões seriadas são necessárias para potencializar os resultados. A quantidade vai depender da intensidade dos sintomas e de especificidades da anatomia local.
Possíveis efeitos colaterais e cuidados
A radiofrequência é considerada segura quando aplicada por profissionais habilitados, mas alguns efeitos podem ocorrer, como:
Leve vermelhidão
Sensação de aquecimento
Discreto inchaço
Essas reações tendem a desaparecer em poucas horas. Após a sessão, recomenda-se manter a higiene local adequada e seguir as orientações fornecidas pelo especialista.
Além disso, é importante eviar relações sexuais por alguns dias após o tratamento:
Microablativa: 7 dias
Não ablativa: 3 a 5 dias
Contraindicações
A radiofrequência para incontinência urinária é considerada segura, mas algumas situações exigem evitar o procedimento ou passar por avaliação profissional antes de iniciá-lo:
Gestação, em qualquer fase
Infecções ginecológicas ativas, como vulvovaginites, ISTs ou cistites
Feridas, fissuras ou irritações na área a ser tratada
Dispositivos eletrônicos implantados, como marca-passos, neuromoduladores ou desfibriladores
Alterações importantes de sensibilidade local, que dificultem perceber o calor
Doenças dermatológicas inflamatórias na região genital
Câncer ginecológico ativo ou em investigação
DIU metálico
A avaliação com um profissional especializado é fundamental para confirmar se o tratamento é seguro para cada caso.
Dúvidas comuns sobre o tema
O procedimento costuma ser indolor. A sensação predominante é de calor progressivo, ajustado conforme a resposta de cada pessoa. Não é comum que provoque dor, mas pode gerar incômodo leve em quem tem maior sensibilidade, especialmente no caso da radiofrequência microablativa.
É possível que apareçam vermelhidão, calor residual ou leve inchaço logo após a sessão. Esses efeitos são passageiros e tendem a desaparecer em poucas horas. Reações mais intensas são incomuns quando a técnica é aplicada corretamente.
A melhora não é imediata. As mudanças surgem de forma gradual, geralmente ao longo das primeiras semanas, conforme o tecido tratado responde ao estímulo térmico. Resultados mais evidentes costumam aparecer após algumas sessões programadas.
Referências ▼
- Revista mexicana de urología – Incontinencia urinaria: factores de riesgo y frecuencia en mujeres mayores de 60 años, en el sureste de México
- Revista Pesquisa em Fisioterapia – Radiofrequência não ablativa no tratamento da incontinência urinária de esforço
- Einstein – Nova opção terapêutica na síndrome geniturinária da menopausa: estudo piloto utilizando radiofrequência fracionada microablativa

